quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O espírito do vento das noites


Tudo bem...
Nascemos de repente,e num estalo estamos aqui,nús e crús na cara do mundo.
Viveria eu de contemplação,nuvens cheias e lindas preenchem o céu e me presenteiam nesse momento.O canto dos pássaros em contraste com as marteladas do pedreiro na casa ao lado,a música oscilando entre as leves suaves profundas pesadas e perturbadoras notas do piano...e passam carros,malditos carros barulhentos,e passa gente,gente que fala de gente,e o vento sopra,eterno vento que nunca para,nunca para!As vezes descansa pra voltar a soprar,que nem pessoas e seus empregos e suas rotinas.
Viveria eu de êxtase puro,êxtase mental,carnal,livre,uma boa dose,um bom cigarro e segundos morrem que nem brasa que vira cinza,e morremos também,junto com segundos,com os cigarros...
Quem dorme está vivo,mas não vive.
Sono eterno,lento,e a mente vaga no universo,nas dimensões ou seja la o que isso signifique,vaga nela mesma e em outras.
E os vivos vagam,noite e dia!E o primeiro repete o último,e o último repete os que virão e assim a banda toca,flui,nunca pára,acaba pra um,começa pra outro, e morre outro ali,que nem um jazz,nota sobre nota,corpos sobre corpos,copos e mais copos,vidas em vidas entrelaçadas,doando,gozando,esperando o espírito do vento das noites nos levar,chamando pra dançar,nos levando plenos,cuspindo,gritando, gemendo,colados em êxtase.

Escrito por Bruno Discacciati Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário